NAMORO

O devir de si mesmo no outro
É estado parasita do corpo:
Narciso que acha feio
O que não é espelho.


Se doa flores,
Bouquet são
flores mortas,
Não existe amor,
Não sente rosas.

Se oferece anel,
Não apregoa
Em conquistas das
Ciências,das Artes,
Da civilização moderna,
Não lapida metais.

Se sofre dor,
Obscura cisnes,
Descabela,
Péla e
Não é dores.

Mas, antes,
Não samba,
Compartilha surtos,
Buraco negro,
Acaso e vão.




2 comentários:

  1. Visceral tua poesia. Sentir, devir sentir; agir, sentir... Sentir... Agir e outros devires. Frio na espinha de sentir-te sentir sentindo. Momentos passados:lágrimas; passado recente:reflexão; ainda mais recente: ação; momento presente: SER de ação. Artista da vida real que percute melodias nas congas do agora.Consegui fazer sustenido em partitura rítmica! Só tu! Me ensina que agora É e só o é porque permite ser, aparecer e acontecer! Acontece vida. Lateja, pulsa, vibra vida. E sendo artista principal do ato que crias, aliás quinto ato, recrias em movimento alucinante, ímpar sempre viva. E de tão altiva a mim resta sem restos, o fascínio de usar tantas palavras buscando responder minha vontade de ser poesia para dialogar esse texto que ao final, agora(tem que ser final) se torna prolixa minha tentativa falha de dizer o que sinto ao ler. Sinto reticências.

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  2. Sentir reticências é o que importa... Movimento! E acho legal perceber os textos como próprios seres de ação em si mesmos vivos e dialogando com outros textos em vida! O B R I G A D A

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